sexta-feira, 29 de junho de 2018

Cobrança por sacola plástica reduz poluição marinha na Europa

Estudo pioneiro associa queda no uso de sacos plásticos após taxação à menor poluição marinha em torno da Grã-Bretanha



São Paulo – Cobrar consumidores e estabelecimentos comerciais pelo uso de sacolas plásticas tem sido uma das medidas mais adotadas por cidades e países na tentativa de reduzir a poluição marinha causada pelo material de origem fóssil. Mas será que a  taxação realmente faz diferença?
A resposta é sim. Em estudo pioneiro, pesquisadores descobriram uma queda estimada de 30% no volume de sacolas plásticas encontradas nos mares ao redor da Grã-Bretanha.
O estudo, publicado na revista Science of the Total Environment, afirma que a queda na poluição das sacolas plásticas é o resultado dos impostos implementados na Europa e ilustra claramente seu poder de reduzir a geração de lixo plástico.
Irlanda e Dinamarca foram os dois primeiros países europeus a introduzir taxas sobre sacolas plásticas, nos idos de 2003. Nos anos seguintes, outras nações europeias seguiram o exemplo. A adesão mais recente à taxa foi a do Reino Unido, em 2015.
A taxa britânica de 5 centavos de libras (cerca de 25 centavos de real) por sacola plástica já reduziu a quantidade de sacolas descartáveis ​​distribuídas pelos grandes varejistas em impressionantes 85%. Na média, o número de sacolas que uma pessoa usa por ano caiu de 140 para 25, relata o jornal The Guardian.
Todos os anos, os oceanos recebem cerca de 8 milhões de toneladas de lixo plástico, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU). Neste ritmo, estima-se que até 2050 possa haver mais detritos plásticos do que peixes no mar.
Os resíduos plásticos dos aterros urbanos são carregados por enxurradas para o mar ou despejados diretamente nos rios pela população. E eles viajam milhares de quilômetros, sendo encontrados em ilhas e regiões marítimas remotas.
Além de não encontrar barreiras, a poluição dos oceanos por resíduos plásticos têm consequências catastróficas para a vida nesse ecossistema, já que muitos animais podem morrer por asfixia ou ingestão de fragmentos.